Resumo do artigo: "Estamos em uma bolha financeira?"
Dambisa Moyo (economista internacional, autora do livro "A Bordo do Caos: Por que a Democracia Falha em Promover o Crescimento Econômico") 20 de outubro de 2025
1. O salto da inteligência artificial e os indicadores da bolha
Moyou esclarece que a dificuldade em identificar a bolha durante a sua formação não anula os sinais crescentes da sua existência no atual boom da inteligência artificial. As avaliações das empresas aumentaram a níveis economicamente injustificáveis, com um múltiplo de lucro médio no índice S&P 500 de cerca de 25 vezes, comparado a 16 anteriormente. Esses saltos são justificados por promessas de produtividade futura e apoio governamental a setores estratégicos como os semicondutores, o que traz à mente as bolhas anteriores do Japão e da internet.
2. A narrativa de investimento e a lenda da "nova era"
Moyo diz que cada bolha se alimenta de uma narrativa que afirma que "desta vez é diferente". A lógica do investimento torna-se uma crença na mudança econômica iminente, como aconteceu com a internet no passado. Hoje, a narrativa da inteligência artificial predomina, onde as empresas são avaliadas com base em potenciais futuros mais do que em suas realidades fundamentais. Um exemplo disso é a avaliação da Nano Nuclear Energy e da Fermi em bilhões de dólares, apesar da ausência de receitas.
3. A alavancagem financeira e os riscos subjacentes
Os mercados tornam-se cada vez mais frágeis à medida que o empréstimo para investimento em ativos sobrevalorizados se expande. A dívida em margem atingiu 1,06 trilião de dólares em agosto de 2025, um aumento de 33% em relação ao ano anterior, enquanto instrumentos de alto risco, como opções diárias e fundos alavancados, se proliferam. Isso lembra as condições anteriores à crise de 2008, quando o risco financeiro estava oculto atrás do otimismo.
4. Transações circulares entre empresas
A autora refere-se ao fenómeno das “transações circulares”, como o investimento da Nvidia na OpenAI, que paga à Oracle para comprar chips da própria Nvidia, o que recorda o padrão da bolha japonesa, quando as empresas injetaram dinheiro dentro do próprio sistema sem uma produção real.
5. O futuro da bolha e as tendências do mercado
A MoYu afirma que o mercado ainda está numa fase inicial semelhante aos anos de 1996-1997 da bolha da internet, liderada por investidores individuais enquanto as instituições ainda estão cautelosas. No entanto, este surto é diferente pela presença de empresas consolidadas como a Nvidia e a Alphabet, o que torna a correção esperada mais próxima de uma contração gradual e não de uma explosão violenta...
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Resumo do artigo: "Estamos em uma bolha financeira?"
Dambisa Moyo (economista internacional, autora do livro "A Bordo do Caos: Por que a Democracia Falha em Promover o Crescimento Econômico")
20 de outubro de 2025
1. O salto da inteligência artificial e os indicadores da bolha
Moyou esclarece que a dificuldade em identificar a bolha durante a sua formação não anula os sinais crescentes da sua existência no atual boom da inteligência artificial. As avaliações das empresas aumentaram a níveis economicamente injustificáveis, com um múltiplo de lucro médio no índice S&P 500 de cerca de 25 vezes, comparado a 16 anteriormente. Esses saltos são justificados por promessas de produtividade futura e apoio governamental a setores estratégicos como os semicondutores, o que traz à mente as bolhas anteriores do Japão e da internet.
2. A narrativa de investimento e a lenda da "nova era"
Moyo diz que cada bolha se alimenta de uma narrativa que afirma que "desta vez é diferente". A lógica do investimento torna-se uma crença na mudança econômica iminente, como aconteceu com a internet no passado. Hoje, a narrativa da inteligência artificial predomina, onde as empresas são avaliadas com base em potenciais futuros mais do que em suas realidades fundamentais. Um exemplo disso é a avaliação da Nano Nuclear Energy e da Fermi em bilhões de dólares, apesar da ausência de receitas.
3. A alavancagem financeira e os riscos subjacentes
Os mercados tornam-se cada vez mais frágeis à medida que o empréstimo para investimento em ativos sobrevalorizados se expande. A dívida em margem atingiu 1,06 trilião de dólares em agosto de 2025, um aumento de 33% em relação ao ano anterior, enquanto instrumentos de alto risco, como opções diárias e fundos alavancados, se proliferam. Isso lembra as condições anteriores à crise de 2008, quando o risco financeiro estava oculto atrás do otimismo.
4. Transações circulares entre empresas
A autora refere-se ao fenómeno das “transações circulares”, como o investimento da Nvidia na OpenAI, que paga à Oracle para comprar chips da própria Nvidia, o que recorda o padrão da bolha japonesa, quando as empresas injetaram dinheiro dentro do próprio sistema sem uma produção real.
5. O futuro da bolha e as tendências do mercado
A MoYu afirma que o mercado ainda está numa fase inicial semelhante aos anos de 1996-1997 da bolha da internet, liderada por investidores individuais enquanto as instituições ainda estão cautelosas. No entanto, este surto é diferente pela presença de empresas consolidadas como a Nvidia e a Alphabet, o que torna a correção esperada mais próxima de uma contração gradual e não de uma explosão violenta...